Em visita à Belém, no Pará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, refutou neste sábado os argumentos sobre a possível falta de estrutura da capital paraense para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30).
Segundo ele, Belém (PA) não será “mais a mesma” após o grande evento, que deve receber mais de 40 mil pessoas, de acordo com estimativas do governo.
As dificuldades logísticas de uma conferência desse porte já eram esperadas e até recentemente estavam concentradas na falta de hospedagem suficiente e preços abusivos em locações.
Lula sugeriu que os problemas operacionais foram atenuados:
“Quem é que imaginava há pouco tempo que um transatlântico, que carrega 100 mil passageiros, viria para cá? Ninguém. Estamos mostrando que é possível. As pessoas que não queriam que trouxéssemos a COP pro Norte do país, porque não tinha estrutura… Está aqui a estrutura. Quando há disposição política de fazer, as coisas acontecerem", declarou em vídeo publicado nas redes sociais.
O presidente participou da entrega das obras de requalificação do chamado Porto de Outeiro e da ampliação e modernização do Aeroporto Internacional de Belém.
O investimento nos dois projetos soma R$ 683 milhões, no âmbito dos recursos destinados à realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30).
Bioeconomia
No mesmo evento, o presidente afirmou que o investimento em bioeconomia pode ser considerado a principal ferramenta para evitar o desmatamento florestal. Ele também destacou as potencialidades da Região Norte do País nesse modelo de produção industrial baseado no uso de recursos biológicos.
“Aos poucos nós vamos poder mostrar ao mundo que o Brasil não é só o Sul, não é só o Rio de Janeiro que é muito bonito, não é só São Paulo que é muito industrializado. É importante que as pessoas conheçam outras regiões do Brasil”, declarou em vídeo publicado nas redes sociais.
Lula sugeriu ainda que o problema do desmatamento poderia ser resolvido com a bioeconomia porque, segundo ele, haveria um “sentido econômico” no aproveitamento sustentável dos recursos naturais.
“Os interesses econômicos da sociedade e das nossas famílias vão ser o fator preponderante para que ele [cidadão] não desmate mais e para que a gente crie um novo tipo de economia no Brasil. E o Pará pode ser a porta de entrada desse novo modelo de desenvolvimento”, avaliou. O presidente não falou com a imprensa após a visita às obras; também não houve pronunciamentos públicos.
A COP-30 vai ser realizada entre 10 e 21 de novembro, precedida pela chamada de Cúpula dos Líderes nos dias 6 e 7 de novembro. O encontro internacional reúne chefes de Estado de dezenas de países, ministros e dirigentes de organizações internacionais.
Neste sábado, 1, os Estados Unidos informaram que não enviarão nenhum alto funcionário à COP-30.