O primeiro lançamento de um foguete comercial no Brasil deve ocorrer entre 13 de outubro e 7 de novembro, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. A informação foi confirmada pela Força Aérea Brasileira (FAB).
O veículo espacial será o HANBIT-Nano, desenvolvido pela empresa sul-coreana Innospace, e marcará a primeira vez que um foguete comercial é lançado de solo brasileiro.
Histórico e autorização
A Agência Espacial Brasileira (AEB) autorizou o lançamento em maio deste ano. Na ocasião, a Innospace destacou a parceria com o Brasil.
“O lançamento no CLA marca um momento importante em nossas campanhas espaciais. Esta aprovação reflete a forte colaboração com o Brasil e o progresso rumo a um transporte espacial acessível”, declarou a empresa em comunicado.
Não é a primeira vez que a startup sul-coreana opera em Alcântara. Em março de 2023, a Innospace realizou um voo de teste com o foguete HANBIT-TLV, também no Maranhão, como preparação para as operações comerciais iniciadas em 2025.
Cooperação internacional
O lançamento é resultado do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), firmado pelo Governo Federal em 2019. O documento permite que países parceiros utilizem o CLA para missões espaciais, garantindo, ao mesmo tempo, a proteção das tecnologias envolvidas.
Após o acordo, a AEB abriu edital para selecionar empresas interessadas na utilização da base maranhense. Quatro companhias foram habilitadas, entre elas a Innospace.
O AST assegura que, mesmo em cooperação com países como os Estados Unidos, o território de Alcântara continue sob jurisdição brasileira.
Como é o foguete HANBIT-Nano
Projetado para o lançamento de pequenos satélites, o HANBIT-Nano é um foguete orbital de dois estágios, com 21,8 metros de comprimento e 1,4 metro de diâmetro. Ele pode transportar cargas úteis de até 90 kg para órbitas síncronas ao Sol (SSO), a 500 km de altitude.
Primeiro estágio: motor híbrido de 25 toneladas de empuxo, movido a parafina sólida e oxigênio líquido.
Segundo estágio: pode ser equipado com o motor híbrido HyPER ou o motor líquido LiMER, ambos com empuxo de cerca de 3 toneladas, o que dá flexibilidade às missões.
O lançamento coloca o Maranhão no centro das operações comerciais da nova corrida espacial, ampliando a relevância do Brasil no setor.
