PA: Bens de R$ 19 milhões de prefeito de Ananindeua são alvo de operação
Transferências financeiras suspeitas também foram mapeadas
Por Arimateia Jr
Publicado em 07/08/2025 23:32 • Atualizado 07/08/2025 23:35
Politica
Oo prefeito classificou a operação como uma perseguição política

Relógios de luxo, uma fazenda milionária, veículos e imóveis de alto padrão estão entre os bens investigados na Operação Hades, deflagrada pelo MP-Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), que apura um suposto esquema de corrupção envolvendo o prefeito de Ananindeua, Dr. Daniel Santos (PSB).

A ação, realizada na terça-feira (5), resultou no afastamento cautelar do gestor, após decisão do TJ-PA (Tribunal de Justiça do Pará), com base em indícios de fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e tentativa de interferência nas investigações.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão simultaneamente na Região Metropolitana de Belém, em municípios do interior e fora do estado. Entre os bens apreendidos pela força-tarefa estão 16 relógios de luxo avaliados em mais de R$ 3 milhões.

Além disso, os investigadores identificaram a aquisição de uma fazenda no município de Tomé-Açu, no nordeste do Pará, estimada em R$ 16 milhões, que estaria em nome de terceiros, mas com indícios de ligação direta com o prefeito afastado.

Também estão na mira da apuração veículos de luxo e um apartamento em Fortaleza, no Ceará. Segundo o promotor de Justiça Arnaldo Azevedo, o Ministério Público já reuniu provas consistentes que apontam para a prática de corrupção ativa e passiva, fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro, com o envolvimento direto de empresas contratadas pela Prefeitura de Ananindeua.

"Quando se descobre, no curso da investigação, aquisição de patrimônio com empresas que tenham contratos ativos com a municipalidade, isso demonstra improbidade, corrupção e lavagem de dinheiro", destacou o promotor durante entrevista coletiva. A decisão judicial de afastar o prefeito teve como base não apenas os indícios de corrupção, mas também provas de coação de testemunhas e uso indevido do poder econômico para tentar atrapalhar o curso das investigações.

Transferências financeiras suspeitas também foram mapeadas durante a apuração. No total, 16 pessoas são investigadas na operação. A análise do material apreendido e as oitivas de testemunhas seguem em andamento. O Ministério Público informou que pode apresentar denúncia formal à Justiça após a conclusão do relatório final.

Nas redes sociais, o prefeito classificou a operação como uma perseguição política: “Pediram meu afastamento baseado em uma história mentirosa, sem ao menos me dar oportunidade de me defender.” Daniel Santos também anunciou que irá recorrer da decisão e confirmou sua pré-candidatura ao governo do estado em 2026. O vice-prefeito Dr. Hugo Santana (PSB) assume temporariamente a prefeitura de Ananindeua.

A gestão municipal ainda não se manifestou oficialmente sobre os desdobramentos da operação. A operação é coordenada pelo Centro Integrado de Investigação do MPPA , com apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional, e foi autorizada pela Procuradoria-Geral de Justiça.

Fonte: CNN-Brasil

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