O ex-presidente da república, José Sarney (MDB), louvou o espírito democrático brasileiro após o período da ditadura militar
Por Stêvão Limana (CNN-Brasil)
Durante uma homenagem sobre os “40 anos da redemocratização do Brasil”, promovida pela USP, Sarney disse que o trabalho feito em 1985 ajudou a “criarmos uma sociedade democrática forte no país”.
O ex-presidente da república, José Sarney (MDB), disse que existe uma vacância perante o número de lideranças políticas que possam trazer impacto em território nacional. Durante coletiva de imprensa, Sarney disse “falta uma, não. Faltam muitas lideranças”, quando perguntado sobre o tema.
O político participou, nesta quarta-feira (21), de uma homenagem aos 40 anos da redemocratização do Brasil, promovida pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Em uma “aula-magna”, Sarney contou os bastidores do final da ditadura militar brasileira e as angústias sofridas com a piora do estado de saúde do presidente eleito, Tancredo Neves, meses antes de ele assumir o cargo.
Ainda durante sua fala, o ex-presidente fez críticas ao voto uninominal, ou seja, aquele que recebe o maior número de votos e pediu para que o Congresso Nacional volte suas discussões sobre o voto distrital misto que, segundo ele, “resolveria os problemas do legislativo”.
O político ressaltou, ainda, que mesmo após 21 anos de um governo militar abrangente, nenhum resquício ditatorial foi encontrado no regime que sucedeu. “Nós conseguimos até convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, tivemos um espírito democrático forte”, comentou.
Sarney também lembrou de uma conversa que teve com o chanceler da Alemanha da época em que o líder ficou “apavorado” com o resultado do Brasil ter saído de uma ditadura, passado para um governo civil e ter elaborado uma nova constituição.
Aos 95 anos, Sarney pontuou que o Brasil precisa avançar na questão da polarização, pois esta é “uma fase que nós vamos ter que superar e ela vai ser superada. Nós queremos união e, ao mesmo tempo, a solução dos nossos problemas de uma maneira consensual e não por meio do ódio”.
